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Empreendedor curitibano vence o Prêmio Jovem Inovador do BRICS

O empreendedor curitibano João Pedro Novochadlo, 29 anos, idealizador e um dos sócios da startup de impacto social Veever, foi o vencedor do Young Innovator Prize (Prêmio Jovem Inovador) oferecido pelo 6º Fórum de Jovens Cientistas do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A premiação ocorreu no último dia […]

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Prefeito Rafael Greca recebe João Pedro Novochadlo. Curitiba, 10/08/2021. Foto: Pedro Ribas/SMCS

O empreendedor curitibano João Pedro Novochadlo, 29 anos, idealizador e um dos sócios da startup de impacto social Veever, foi o vencedor do Young Innovator Prize (Prêmio Jovem Inovador) oferecido pelo 6º Fórum de Jovens Cientistas do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A premiação ocorreu no último dia 16 e é um reconhecimento ao curitibano pela criação do aplicativo que utiliza tecnologia de microlocalização e inteligência artificial para facilitar a interação e locomoção de pessoas com deficiência visual em ambientes internos e externos.

“Fiquei muito feliz em ver que um projeto voltado a inclusão de pessoas com deficiência ser consagrado vencedor. Isso é um sinal de que o mundo está pensando nisso, que a acessibilidade e inclusão não é opção, isso precisa ser mandatório e eu acredito que cada vez mais, com mais fomentos do poder público, instituições e universidades, a gente vai conseguir tornar esse mundo cada vez melhor”, destaca Novochadlo.

Neste ano, o evento do BRICS foi organizado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Índia, na cidade de Bengaluru, mas por conta da pandemia, ocorreu de forma virtual. Novochadlo recebeu o prêmio no valor de US$ 25 mil.

De acordo com a presidente da Agência Curitiba, Cris Alessi, o reconhecimento internacional da importância de inovações como o aplicativo inclusivo da Veever é uma inspiração para os empreendedores que querem inovar. “A tecnologia desenvolvida por Novochadlo é um exemplo da força das empresas que geram tecnologia e acessibilidade, bem como uma amostra do amadurecimento do Vale do Pinhão, o ecossistema de Curitiba”, salienta ela.

Aplicativo que utiliza tecnologia de microlocalização e inteligência artificial para facilitar a interação e locomoção de pessoas com deficiência visual em ambientes internos e externos.

Apoio

Novochadlo está neste momento, em Los Angeles (EUA), iniciando um mestrado de Empreendedorismo Social na Universidade do Sul da Califórnia (USC). Ele é bolsista da Fundação Lemann e, antes de embarcar no mês passado, se encontrou com o prefeito Rafael Greca para agradecer a carta de recomendação do município necessária para pleitear a bolsa de estudos.

“O apoio do prefeito foi fundamental para eu ser aprovado para o mestrado na universidade e também ser um dos três brasileiros a receber a bolsa da Fundação Lemann. Espero voltar, em um ano e meio, com novas ferramentas para tornar a Veever mais sustentável e relevante em sua proposta de impacto social”, afirma Novochadlo. 

Novochadlo é publicitário de formação e um fascinado por tecnologia. O empreendedor social chegou, inclusive, a implantar em sua mão dois chips que permitem até abrir a porta de casa sem chave.

Tudo começou

Um convite para fazer um trabalho voluntário no Instituto Paranaense de Cegos, em Curitiba, levou Novochadlo a conhecer a dificuldade dos deficientes, como saber qual linha de ônibus estava passando no ponto. “Não tenho ninguém cego na família e, até então, não tinha amigos com essa deficiência. A ideia do aplicativo surgiu deste contato, pois percebemos a importância de garantir maior autonomia para as pessoas sem visão ou visão comprometida”, lembrou.

A partir de 2015, o app da Veever começou a virar realidade. “O sistema funciona com beacons, dispositivos de microlocalização que são fixados em pontos chave da cidade, cujo sinal é interceptado pelo smartphone do usuário. Trocando em miúdos, é como se fosse um GPS, mas com maior precisão”, detalhou o fundador startup curitibana. Novochadlo tem Leonardo Custódio e Lohann Coutinho como sócios.

O grande teste do aplicativo ocorreu há quase dois anos quando a tecnologia possibilitou maior acessibilidade para deficientes visuais no Rock In Rio 2019. Cerca de 60 dispositivos bluetooth foram instalados no festival de música para que, ao acessar o app da Veever e apontar o celular em determinadas direções, os deficientes visuais recebessem audiodescrições sobre tamanho, formas e cores de palcos e outras áreas do festival.

Em 2022, a Veever também estará presente no Rock in Rio e no Rock in Rio – Lisboa.

Com a pandemia, a startup ampliou os serviços oferecidos pelo app para reduzir as dificuldades enfrentadas neste momento por quem tem deficiência visual. “Criamos um guia em que robôs percorrem a web buscando informações importantes sobre prevenção, auxílio emergencial e a nossa equipe faz a curadoria para que não entrem fake news”, salientou Novochadlo.

O fundador da Veever já participou de duas edições do Paiol Digital, evento mensal sobre inovação do Vale do Pinhão organizado pela Prefeitura e Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação.

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