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Startup curitibana testa irrigação inteligente e barata na Fazenda Urbana

Em uma das estufas da Fazenda Urbana de Curitiba, basta o termômetro ultrapassar 20ºC para que os sensores de um inédito sistema de irrigação inteligente acionem a nebulização. Assim, garante-se uma temperatura adequada para as mudas acondicionadas no local, que são distribuídas para os agricultores das 100 hortas urbanas apoiadas pela Prefeitura. Batizado como IrrigaPlay, o […]

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Os fundadores da startup IrriGate, Breno Felipe Gonçalves e Jânio Denis Gabriel. Curitiba, 14/06/2021. Foto: Levy Ferreira/SMCS

Em uma das estufas da Fazenda Urbana de Curitiba, basta o termômetro ultrapassar 20ºC para que os sensores de um inédito sistema de irrigação inteligente acionem a nebulização. Assim, garante-se uma temperatura adequada para as mudas acondicionadas no local, que são distribuídas para os agricultores das 100 hortas urbanas apoiadas pela Prefeitura.

Batizado como IrrigaPlay, o sistema que automatiza nebulizadores de estufas ainda está em teste na Fazenda Urbana e foi desenvolvido pela IrriGate (@irrigate2020), startup fundada na capital por ex-alunos de Engenharia Eletrônica e Engenharia da Computação e um professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

A partir da próxima semana, a agrotech também começa a testar no espaço da Prefeitura seu segundo protótipo, o IrrigaEasy, sistema de irrigação inteligente para agricultores familiares, hortas residenciais e jardins.

A IrriGate é uma das cinco startups, ONGs e pesquisadores do Vale do Pinhão com projetos em desenvolvimento na Fazenda Urbana, em uma parceria da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN) e Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação.

A Fazenda Urbana, no bairro Cajuru, é um inédito espaço no Brasil dedicado à educação para prática agrícola sustentável nas cidades. – Curitiba, 24/06/2020 – Foto: Daniel Castellano / SMCS

“No ano passado, começamos a testar o IrrigaPlay na Fazenda Urbana e para nós tem sido muito importante, pois estamos podendo aperfeiçoar a tecnologia, que será uma opção de baixo custo para agricultores familiares”, conta Breno Felipe Gonçalves, fundador da IrriGate ao lado de Jânio Denis Gabriel e Gabriel Pupo.

Tanto o IrrigaPlay como o IrrigaEasy têm vários diferenciais para o agronegócio. Além de automatizar os serviços de nebulização e irrigação, os sistemas ajudam a economizar água, evitando desperdício em caso de precipitação ou tempo úmido.

“Ambos possuem monitoramento remoto via aplicativo, que pode ser acessado pelo smartphone ou computador, com dashboards sobre o desempenho. Qualquer alteração gera um relatório que auxilia nas tomadas de decisões”, explica Jânio Denis Gabriel.

O IrrigaPlay, que automatiza nebulizadores de estufas, está em teste na Fazenda Urbana e foi desenvolvido pela IrriGate. Curitiba, 14/06/2021. Foto: Levy Ferreira/SMCS

Custo

Potenciais investidores na IrriGate são bem-vindos, pois os sócios da startup curitibana buscam apoio para finalizar os produtos, ter escalabilidade de fabricação e iniciar a comercialização os sistemas inteligentes. “Temos previsão de começar a vender o IrrigaPlay e o IrrigaEasy no fim de 2021 ou começo de 2022”, estima Gonçalves.

Os equipamentos deverão custar a partir de R$ 2 mil (IrrigaPlay) e R$ 2,8 mil (IrrigaEasy). Ambos terão taxas de serviço mensal.

“Os atuais produtos miram o grande produtor, custando dezenas de milhares de reais. Já o pequeno fica preso aos sistemas manuais. Trabalhando em uma escala menor e com produtos nacionais, pretendemos oferecer produtos mais baratos e com baixo custo de manutenção”, garante Gabriel.

Um terceiro protótipo, o IrrigaPro, que conta com o monitoramento do pH do solo, com previsão local de chuvas e geadas por meio de sensores sem fio alimentados por energia solar, também começa a ser testado pela IrriGate na fazenda experimental da PUCPR.

Apoio

Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, explica que o apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias mais sustentáveis, como as inovações da IrriGate, integra as bases da Fazenda Urbana de Curitiba.

“No espaço da Prefeitura, estão sendo compartilhadas soluções de manejo agrícola consciente, que ajudam a melhorar a produção de alimentos, reduzir custos, conscientizar sobre o problema do desperdício de alimentos e também recuperar o contato do homem à terra”, afirma ele.

Em uma área de 4.435 m², ao lado do Mercado Regional do Cajuru, a Fazenda Urbana reúne os mais modernos métodos de plantio de alimentos saudáveis, sem agrotóxico. São mais de 60 variedades agrícolas orgânicas cultivadas, com a produção de frutas, legumes e verduras, além de ervas, temperos, chás e plantas alimentícias não convencionais (pancs). O local tem também estufas de culturas mais sensíveis (como tomate, pepino, rúcula e outros) e para mudas destinadas às 100 hortas urbanas da capital, além de canteiros elevados para cadeirantes. 

O complexo conta ainda com central de compostagem de resíduos orgânicos do Mercado Regional Cajuru, banco de alimentos para o Mesa Solidária e um contêiner que funciona como sala de aula. Após a pandemia, uma cozinha-escola irá receber chefs renomados da capital para realizar treinamentos e aulas show, utilizando os alimentos e temperos produzidos no local. O objetivo é demonstrar, na prática, o sabor da refeição produzida em pequenas hortas.

Também devido à pandemia, as visitas à Fazenda Urbana estão suspensas.

Projetos em teste na Fazenda Urbana de Curitiba

  • IrriGate – sistema que automatiza nebulizadores de estufas (IrrigaPlay) e sistema de irrigação autônoma para residências e pequenas hortas (IrrigaEasy).
  • Compostroca (Coletivo Ambiente Livre) – projeto de vermicompostagem de resíduos orgânicos para adubação dos canteiros existentes na Fazenda Urbana e distribuição para a população.
  • Agroecologia urbana (Coletivo Agroecologia em Movimento) – cursos e oficinas sobre manejo produtivo com a troca de conhecimento e apresentação de usos culinários de algumas plantas.
  • Sistema de monitoramento remoto do solo (Oséias Fernandes da Silva e equipe) – monitoramento das condições do solo de estufas que necessitem de cuidados especiais para a correção dos problemas, possíveis perdas e desperdícios de recursos
  • Técnicas de vermicompostagem e educação ambiental (alunos da UTFPR) –  protocolo de vermicompostagem para produção de adubo a partir de resíduos orgânicos domésticos, para pequenas hortas residenciais.

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